Na Private Label Brazil 2022, representantes do Grupo Pão de Açúcar, Dia Brasil, Pague Menos e Raia Drogasil compartilharam ideias de como trabalhar produtos exclusivos além da loja
Com clientes cada vez mais exigentes, não basta apenas ter um produto no ponto de venda. A qualidade passa a ser o ingrediente principal dessa receita, ainda mais quando o nome do varejista é estampado no rótulo. Isso porque, em meio a tantas opções já consagradas pelo público, as Marcas Próprias necessitam de uma dose extra de convencimento, unindo qualidade a preços atrativos. Porém, esse é um trabalho que começa muito antes da exposição na gôndola.
A fim de discutir o papel dos produtos exclusivos para além da loja, a Private Label Brazil 2022 recebeu profissionais de algumas das principais redes varejistas do país. Participaram do debate mediado por Antônio Sá, sócio-fundador da Amicci: Allan Gate, Diretor de Marcas Próprias e Global Procurement do GPA; Loiane Silveira, Diretora de Marcas Próprias e Importação / Global Procurement do Dia Brasil; Rafael Rossatto, Diretor Comercial e de Marcas Próprias da Pague Menos; e Agnes Bichini, Gerente Comercial e Desenvolvimento de Marcas Próprias da Raia Drogasil.
Para eles, as Marcas Próprias estão em um excelente momento no Brasil e com boas perspectivas de futuro. “De cinco anos para cá, a Marca Própria tem evoluído bastante no país”, afirmou Allan. “A pandemia foi um laboratório sensorial e o segmento continua crescendo.”
Com as incertezas trazidas pela crise sanitária, as Marcas Próprias tiveram uma penetração considerável na cesta de compras dos brasileiros, muito por causa dos preços mais acessíveis. “Agora é não deixar a peteca cair”, disse Agnes. “Precisamos manter a consistência para crescer com qualidade.”
Varejo e indústria: parceria de sucesso
Para que a qualidade dos produtos lançados seja de fato consistente, os palestrantes destacaram que um trabalho assertivo junto aos fornecedores é primordial. Agnes apontou ainda que a relação entre varejo e indústria deve ser uma parceria, e não uma negociação momentânea. “Uma indústria que faz Marca Própria não é algo transitório. Não queremos ficar trocando de fornecedores, mas sim construir relações sólidas e de longo prazo.”
No Dia Brasil, Loiane conta que o trabalho com os fornecedores no desenvolvimento de produtos é conjunto. Mais do que isso, existe o interesse mútuo em oferecer sempre os melhores itens ao consumidor. “Do nosso lado, ouvimos o cliente e levamos as informações para dentro da indústria. E é isso que faz a diferença.”
Essa parceria no segmento de terceirização já é algo bastante consolidado lá fora. Na Europa e nos Estados Unidos, regiões onde o mercado de Marcas Próprias é robusto, o trabalho com produtos exclusivos é o core business de muitos fornecedores. “Aqui o mercado ainda é totalmente pulverizado, muito pela dificuldade de se trabalhar em um país de extensões continentais”, disse Allan. “Mas as Marcas Próprias já são uma realidade e cada vez mais fornecedores estão começando a focar de fato no segmento, resultando em qualidade.”
Inovar com Marcas Próprias é preciso
Como uma dica para fornecedores iniciantes que queiram estrelar seus produtos em grandes redes varejistas, Rafael afirmou que a peça-chave é a inovação. “Durante a rotina de negociações, é comum sermos abordados por fornecedores com itens que já estão em linha. Uma indústria pode entrar no mercado com um produto novo, que vá brilhar os olhos do varejista.”
Allan Gate complementou a ideia dizendo que, embora esse processo de inovação seja complicado e custoso, é possível inovar por meio de embalagens, sabor, fragrâncias e até mesmo no serviço.
Loiane, do Dia Brasil, sabe bem disso. As embalagens disruptivas, com uma série de trocadilhos e referências da internet, por exemplo “Zeca Salgadinho” e “De bacon a vida”, têm dado o que falar. “O objetivo da revitalização da marca era melhorar a qualidade dos produtos, mas também criar um diferencial na gôndola”, afirmou a especialista. “A nossa marca Melhor a Cada Dia viralizou com essa ideia de ousadia e comunicação com o cliente por meio das embalagens. E foi ouvindo os nossos consumidores que entendemos isso.”
Nas farmácias Pague Menos, Rossatto contou que o tema inovação é algo cada vez mais presente. Mais do que isso, ele acredita que produtos exclusivos têm o poder de democratizar categorias de pouco acesso, como os shampoos em barra. “Então é o protagonismo na inovação e o papel social que farão as Marcas Próprias se tornarem perenes.”
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